Pesquisar este blog

Quem Sou Eu: Fabrício Siqueira

Minha foto
Nascido na cidade de Bom Jesus do Itabapoana, no norte do estado do Rio de Janeiro. Biólogo, Astrônomo amador e autodidata em diversas áreas de conhecimento.

Traduções

Visitas


Counter

Email:

  • Meu email: phoenixfabricio07@gmail.com

Parceria



Notas do Autor

* O conteúdo dos textos postados nesta página estará sempre sujeito à revisões visando possíveis atualizações a respeito de cada tema postado. Modificações nos textos poderão também ocorrer caso haja a necessidade de corrigir erros que porventura possam estar contidos nas informações aqui publicadas.

* Caso o leitor queira tirar dúvidas ou queira maiores esclarescimentos em relação ao conteúdo das postagens, o espaço de comentários poderá ser utilizado também para este fim .

* Este Blog foi criado visando atingir um público leigo e mediano no que se refere ao conhecimento científico-filosófico e, portanto, informações complexas e detalhadas a respeito de cada tema estão além do escopo desta página. Ao final de muitas postagens são citadas referências e outras fontes para aqueles que buscam um maior aprofundamento em relação ao assunto que está sendo abordado.

* Certas imagens ou vídeos postados nesta página da web poderão conter elementos fortes e inapropriados para algumas pessoas.

23 de jul. de 2009

Há um Deus ou "Algo Superior" por trás do Universo?


Nesta postagem, comentarei alguns pontos de um texto traduzido por Fernando Silva, publicado no site "Ateus do Brasil", cujo o link foi me enviado por um amigo e segue abaixo:

http://ateusdobrasil.com.br/artigos/contradicoes/refutando-a-religiao/#more-48

Também tomei a liberdade de acrescentar mais algumas idéias que considero fundamentais a respeito de um tema tão polêmico e que constitui um dos maiores mistérios ( se não o maior de todos eles) envolvendo o Universo.

Para início de conversa, gostaria de deixar claro que não sou ateu, e por outro lado, também não tenho nenhum vínculo com instiuições religiosas, apesar de gostar muito de estudar o tema. As palavras que virão a seguir mostram um pouco o porquê da minha discordância com a posição ateísta e também muitas discordâncias com a posição religiosa, e que me levaram a assumir uma postura mediana entre a fé e a descrença (que particularmente prefiro denominar como sendo um "Agnosticismo Ponderado"). E também gostaria de enfatizar que quando pronuncio Deus em minhas colocações, não estou me referindo necessariamente a um ente restrito à religiões, mas sim à qualquer tipo de "Força superior" que poderia existir (ou não) como sendo uma "Causa inteligente" para o Universo e/ou para todo o conjunto de leis que dirigem o funcionamento do mesmo.

I- Provas da existência de Deus

Existem provas definitivas de que exista um Deus no Universo? A resposta é NÃO! Não existem provas que sustentem a existência de um ser supremo. O fato de não existir provas é suficiente para concluir que Deus não existe? Obviamente a resposta também é não! Mas e se ele Existir? Por que teríamos necessariamente capacidade ou meios de encontrar provas de algo que nem ao menos conseguimos definir com precisão e que poderia (supostamente) ser incomparavelmente superior à humanidade? A ausência de comprovação pode ser um motivo aceitável para alguem não acreditar em algo, mas não para descartar uma possibilidade de existência. Como havia dito em uma outra postagem, ao meu ver, desde o momento em que surgem comprovações de algo, não há a necessidade de se acreditar nesse algo, mas sim de se aceitar como sendo um fato. O verbo acreditar, para mim, continua sendo mais compatível com aquilo que não pode ser comprovado.

Como por exemplo: Muitos cientistas ACREDITAM que exista vida em outros planetas ou em algum outro lugar na imensidão do cosmos. Porém NÃO HÁ EVIDÊNCIAS que comprovem a existência de vida em outro lugar que não a nossa morada Terra. Caso sejam encontradas tais evidências, simplesmente deve se ACEITAR o fato de que em algum lugar fora de nosso planeta foi encontrado vida. Neste contexto já não é necessário o ato de acreditar. Com a questão Deus, embora eu considere mais complexa, poderíamos dizer quase que exatamente a mesma coisa, e assim a colocamos em seu devido lugar: No campo da FÉ , da CRENÇA (poderíamos acrescentar também o campo da Filosofia, onde o assunto é bastante popular).

Não há como se saber ao certo se Deus existe e, não há nem mesmo meios de se investigar de modo a encontrar uma prova conclusiva da existência de um ente superior. Ele pode muito bem existir ou não, porém do mesmo modo que um teísta pode estar equivocado na crença de que Deus existe, o ateísta também pode estar equivocado em relação a sua descrença ou crença na inexistência (este último caso, quando o ateísmo ultrapassa uma simples dúvida, dando lugar uma uma forte e dogmática convicção de não existência).

No texto do link do início da postagem, mostra uma típica argumentação ateísta para refutar a existência de Deus que se baseia no seguinte princípio: Um teísta diz que existe um Deus, o ateísta então contra ataca - Então me prove que existe. O teísta lhe diz que não pode provar a existência de Deus, mas também diz que o ateísta não pode provar que ele não exista. E é nessa hora que o argumento clichê entra em ação, quando o ateísta diz - Eu tenho um jardim, e posso te dizer seguramente que existem fadas perambulando por ele. Obviamente o teísta não acreditaria e pediria provas. O ateísta então começa a alegar que não pode provar que as fadas existem e também que o teísta, por outro lado não pode provar que não existem, e no final diz: Está vendo agora o porquê de eu não acreditar em Deus?

Eu sou da opinião de que argumentos do tipo mostrado acima (típicos argumentos como comparações com "dragões na garagem", sacís, Unicórnio cor de rosa, etc...) nada mais são do que tentativas de formular armadilhas para tentar tornar a crença num Deus equivalente à existências hipotéticas (e na maioria das vezes, absurdas), quando na verdade analisando a fundo as duas questões, entendemos que estamos lidando com situações completamente diferentes. Resumindo: Se não existem provas da existência de Deus, e ao mesmo tempo também não existem provas de dragões na garagem ou unicórnios cor-de-rosa,somado à impossibilidade de serem provados inexistentes, não implica que as duas situações sejam equivalentes.

II- Causas de Deus

É bastante comum alegar que, se o Universo existe, ele deve ter tido uma causa e esta causa seria atribuída à Deus, de acordo com a visão do teísta. Atualmente temos boas razões para que aceitemos a Teoria do Big Bang como o princípio do Universo, onde toda a matéria, em um passado remoto, esteve condensada em um ponto de densidade infinitamente elevada, conhecido como singularidade até que postariormente começou a se espandir iniciando- se assim o espaço-tempo. Mas poderia ser feita a seguinte pergunta: Qual seria a causa de tudo isso. Um teísta responde: Deus. O ateísta questiona: Então , se Deus existe, qual seria a sua causa, e se a sua causa existe, qual seria a causa da causa? E assim o problema se estende ad infinitum. (baseando-se no axioma de que para todo efeito deve haver uma causa).

Na verdade não sabemos ao certo explicar de forma exata como foi a formação do universo, se o universo é cíclico, se sempre existiu, ou até mesmo se existem outros universos além do que conhecemos.Mas em relação a idéia de uma deidade, vejo que estaria mais diretamente envolvida não em COMO o Universo se formou, mas sim em POR QUÊ o Universo foi formado, e se existe algum SENTIDO em ter se formado.

Eu colocaria 4 hipóteses dentro do contexto da causa de Deus:

1- Deus poderia existir e não teve uma causa, existindo desde sempre.
2- Deus poderia existir e teve uma causa completamente fora do alcance do conhecimento humano.
3- Se Deus existir e for mesmo um Deus, quem seríamos nós para julgar a sua existência ou não baseando-se na ausência do conhecimento da Causa?
4- Deus simplesmente pode não existir.

Das 4 hipóteses expostas acima, qual seria a mais simples de ser aceita? Obviamente a hipótese 4 é a mais simples, pois colocar um Deus dentro da questão implicaria em mais questões a serem respondidas, e para os ateus, ao invés de estarmos solucionando o problema, estaríamos aumentando-o, visto que o princípio da Navalha de Ockham estabelece que , dentre as mais diversas hipóteses que existam para explicar um evento, seja aceita aquela que apresente maior objetividade e simplicidade. Isso é muito bem aplicado no campo das ciências, mas seria o mesmo com o problema da existência divina, que nem mesmo faz parte do território científico?

Cientificamente falando, a hipótese Deus não é necessária para explicar eventos naturais, porém mais uma vez eu chamo atenção para o fato de que se existe uma força superior no Universo, ela estaria mais associada aos "PORQUÊS", e não aos "COMOS". Não estamos nos referindo à como o Universo surgiu, mas sim à seguinte questão: Existe um sentido para a existência de tudo o que conhecemos?

Os ateus costumam eliminar essa questão dizendo que o Universo não precisa ter um sentido, e eu concordo perfeitamente que as coisas não precisam ter um sentido. Mas o fato de não precisar ter um sentido significa que realmente não o tenha? NÃO, não. significa Eu poderia simplesmente aceitar a 4ª hipótese ( a de que realmente pode não existir Deus algum) e colocar um rótulo na minha testa escrito "ATEU" (que aliás, pelo modo como estão aparecendo ateus com características bastante similares àquelas de muitos religiosos, só que em sentido oposto, não me surpreenderia caso visse algo parecido acontecer). Porém retornamos a uma questão bem simples: E se eu estiver enganado? E se o Universo não for assim tão simples de ser entendido em sua integridade, como alguns parecem pretender que sejam ?

E mais uma vez Deus retorna ao seu lugar, sendo um objeto de FÉ, não de ciência ou de investigações metodológicas. E como a fé é uma escolha pessoal, cada um tem os seus devidos motivos para crer ou não. Se um ateu tem uma visão de mundo em que ele julga ser a realidade um universo sem Deus, ele deve estar ciente de que ele possui praticamente as mesmas chances de estar enganado do que um teísta cuja visão de mundo julga ser verdade um Universo com algum tipo de deidade, ou que tenha sido criado com algum propósito..

III- Sobre o número de pessoas que acreditam em Deus

Uma outra colocação importante é que muitos teístas tendem a considerar que o fato de uma grande parcela da pupulação acreditar em uma divindade seria uma justificativa para validar a existência de Deus. Alegar essa existência com base no número de pessoas que acreditam (como se a quantidade tivesse peso no julgamento do que seja real ou não quando um objeto de fé está envolvido) consiste em falácia (Argumentum ad numerum , ou ad populum). Além de ser um erro, também se torna e com razão um alvo para as críticas.

IV- Todos nascemos ateus?

No item 3 do texto do link o que me chamou a atenção foi o autor ter utilizado a seguinte sentença:

" Todo mundo, na prática, nasce ateu..."

Considero isso como sendo completamente incorreto. Todo mundo nasce DESPROVIDO não apenas de crenças ou descrenças, como também desprovido de qualquer conhecimento sobre o mundo em que acaba de entrar. Não tem ainda a capacidade de julgar as coisas por si e tirar conclusões próprias. E já que é assim por que classificá-lo como alguem que nasceu ateu, como todos? Não seria mais correto dizer que se trata de alguem que ainda se encontra NEUTRO em relação ao dilema teísmo/ateísmo?

O fato de pessoas nascerem sem conhecimento, crenças ou opiniões não é justificativa para dizer que todos nascemos ateus. Com o desenvolvimento cognitivo e os aprendizados pelos quais a criança passará na medida em que cresce (que irá variar de acordo com a sua criação), ela poderá se tornar apta a escolher o caminho que melhor lhe convêm. O indivíduo formado poderá então se tornar ateu, protestante, católico, budista, agnóstico, etc... Enquanto desprovido de noções complexas ao nascer, não podemos dizer se alguem nasce teísta ou ateísta.

É praticamente impossível não notar que sempre haverá uma tendência à doutrinação de uma criança por parte dos pais, de acordo com as ideologias ou religiões da família. Uma família evangélica muito provavelmente investirá os esforços para tornar também evangélico um bebê que acaba de chegar para fazer parte do lar. E assim o mesmo poderá ocorrer com católicos, espíritas, e também com ateus, que mesmo sem religiões, uma boa parcela deles sem dúvida iria fazer o possível para poder ver o filho igualmente ateu. E é quase que uma verdadeira hipocrisia negar isso.

Compreendo perfeitamente que cada um tem o direito de criar o filho da maneira que achar melhor. Porém, como um defensor do livre pensar e do incentivo ao livre pensar, me posiciono contra qualquer tipo de doutrinação e isso vale tanto para a doutrinação religiosa quanto para uma possível "doutrinação ateísta". Penso que a criança deveria ser criada de modo que lhe seja ensinada paulatinamente a pensar por si mesma, a desenvolver um aguçado senso crítico, a não se tornar uma pessoa facilmente influenciável, e desenvolvendo autonomia suficiente para escolher o próprio caminho e trilhar esse caminho da melhor forma possível.

Muito tem sido dito em relação ao ensino religioso nas escolas e as críticas muitas vezes recaem no fato de que o ensino religioso visa doutrinar as crianças. Na minha opinião o ensino religioso deveria ser ministrado somente a partir de uma certa idade e não com o objetivo de doutrinar, mas sim de ensinar os fundamentos básicos das religiões mais comuns. Deveria também ser ensinado uma base de Teologia sob uma visão mais filosófica do que religiosa, assim como noções de ateísmo, agnosticismo e espiritualismo. E que as escolhas possam ser feitas, sabendo-se que a criança está se tornando livre para tomar as suas decisões e em uma época em que é possível ter essa liberdade, pois à décadas atrás ainda sofreríamos uma série de imposições, e para alguns isso ainda representa uma dificuldade quando as pessoas próximas e familiares são bastante conservadores.

V- A crítica ao Deus religioso

Acredito que uma boa parte dos que se dizem ateus, assim o são porque têm em mente uma idéia pré-concebida de que Deus consiste num ser antropomorfico, vingativo e contraditório. O Deus segundo a visão bíblica. Na verdade inúmeras interpretações poderiam ser feitas sobre o que poderia vir a ser Deus. Também acho importante dizer que não é necessário nenhuma religião para se acreditar em Deus e o conceito de Deus pode ser bastante abrangente de acordo com as mais diversas visões (colocando a questão como sendo também um importante tema em Filosofia).

Eu particularmente não acredito na existência da figura divina pregada pelas religiões. Mas não vejo motivos para não considerar ao menos a POSSIBILIDADE de existência de algo maior e que faz parte do Universo juntamente com suas leis, o que eu chamaria de uma possível "mente cósmica", embora seja impossível de ser definida com exatidão.

Os incrédulos em geral gostam muito de utilizar em suas argumentações a palavra ACASO. O Universo seria nada mais, nada menos do que uma imensa obra do acaso, governado por coincidências fantásticas sem nenhuma razão ou motivo maior para ser o que é. De modo algum quero insinuar que assim não possa realmente ser. Porém do mesmo modo que não acredito num ente bíblico, me custa e muito a aceitar a idéia de que o acaso por sí só dirige o Universo, que não possui sentido nenhum, sendo apenas um mero acidente. Poderiam contra argumentar dizendo que as leis naturais podem simplesmente reunir elementos químicos "ao acaso" e formar os mais diversos tipos de compostos. Sendo assim, por que haveria de ser diferente com os eventos que ocorrem em escala colossal? Ok! Maravilha! Mas o que impede a possibilidade de haver uma inteligência por trás das leis naturais? NADA. Podemos concordar que, pelo conhecimento que possuímos, a existência desta "Inteligência" se mostra desnecessária as explicações dos eventos naturais. Mas desnecessária não quer dizer inexistente, porém não há como saber.

Me torno um teísta simplesmente por não aceitar o acaso? Lógico que não, mas sim alguem que admite que, por mais que tenhamos evoluído o nosso conhecimento como Homo sapiens seremos por muito tempo ainda ignorantes para a maioria das questões relacionadas com o que seria realidade ou não perante a vida, ao mundo, e ao Universo. E onde entraria Deus ( ou qualquer tipo de entidade que assim possa ser chamada)nessa história? Ainda continua sendo algo com tanta possibilidade de existir como de não existir. E ter fé na sua existência ou não continua sendo uma questão de escolha PESSOAL .

Não temos atributos que nos permita julgar qual das posições, de tantas existentes, estaria com a verdade. Pode ser que cada grupo carregue consigo um mísero fragmento de uma hipotética verdade universal, ja pararam para pensar nisso? Pois fica aí uma questão a ser refletida, analisada e questionada. Faz parte do instinto humano de competição querer possuir a verdade para sí. Todos queremos estar certos em relação as nossas ideologias e além disso ficamos cada vez mais felizes e satisfeitos quando observamos que outras pessoas começam a compartilhar conosco a mesma "verdade". Puro orgulho e presunção dos homens!

VI- Eu sinto Deus, logo ele deve existir

Té aí um outro erro cometido por teístas. O ato de "sentir", de ter sensações a respeito de Deus ou de qualquer outro objeto de fé fazem parte da experiência subjetiva de um ser humano. E não é nada prudente pretender que a subjetividade se estenda a conceitos Universais. Em outras palavras, O fato de religiosos sentirem a "manifestação de Deus" quando estão orando ou quando estão presenciando momentos de intensa felicidade e abundância em suas vidas, não corresponde a uma PROVA de que Deus existe. O teísta deve ter em mente que o que ele tem na verdade é FÉ na existência de Deus, e não deveria cair no dogmatismo de ter a ABSOLUTA CERTEZA da existência de Deus. Uma coisa é ACREDITAR que Ele exista, outra seria AFIRMAR que sem dúvidas ele existe. Ao último caso, cabe ao afirmante o ônus da prova, e portanto sempre é necessário ter cautela com tais tipos de afirmação. Um ateu que também AFIRMA a não existência de Deus, está , de certo modo, cometendo o mesmo erro, como se estivesse também isento do ônus da prova de sua afirmação.

VII- Sem religião, como seria o mundo?

Por um lado, os teístas afirmam que a religião seria um pré-requisito para uma boa postura ética e moral das sociedades. As religiões podem sim mostrar ao ser humano a seguir uma vida digna (Embora infelizmente alguns líderes usem de imposições ou ameaças de "castigos divinos") porém não é necessário ser adepto de religiões para se ter uma excelente conduta moral, altruísta e exemplar.
E ainda acrescento, que os religiosos que se disfarçam de benevolentes por temerem um inferno ou visando algum interesse, na verdade não estão sendo os "bons samaritanos", mas sim hipócritas! Moralidade é algo que deve ser ensinado desde o berço, é algo que deve ter as suas raízes assentadas na educação que recebemos principalmente no lar.

Do outro lado, os críticos costumam culpar as religiões e colocá-las como sendo a causa de uma grande quantidade de atrocidades que já foi cometida e ainda é cometida pelos homens. O que eu julgo ser imprudente, pois a causa não está nas religiões mas sim nos homens que ao longo do tempo utilizaram e utilizam o nome da religião como pretexto para a manipulação em massa, para enriquecer as custas da fragilidade e ingênuidade dos povos, para se tornarem mártires, martirizando também a vida de outros com promessas de recompensas futuras e incertas. Mas de quem seria realmente a culpa: Das religiões ou dos homens? Seria diferente se não houvessem religiões no mundo? Como eu já tinha dito em outra postagem. Se não houvessem religiões, muito provavelmente os homens cometeriam os mesmos atos em nome de qualquer outra causa.

VIII- Como Deus pode existir em meio a tantas desgraças que ocorrem no mundo?

Sem dúvida é um bom argumento contra a idéia de um Deus religioso, onipotente, onipresente e onisciente. Tomamos conhecimento, através de nossos modernos meios de comunicação ou da mídia, de um enorme número de tragédias ocorrendo nos 4 cantos do mundo (e que por sinal , temos uma forte tendência em nos apegarmos à notícias ruíns mostradas pela mídia como se, de certo modo, "gostássemos" de ligar a TV e dar de cara com tais informações, sendo que o mesmo não acontece quando temos a oportunidade tomar conhecimento de boas notícias, pois elas caem no esquecimento com muito mais facilidade).

Entre exemplos mais famosos poderíamos citar Tsunamis na Ásia, acidentes com aviões da GOL, TAM, Air France, etc., fome na África entre outras mais, onde eu incluiria casos um pouco mais particulares onde perdemos pessoas que tanto amamos. Entram em campo as seguintes perguntas: Como Deus (sendo bondoso ou misericordioso) pôde permitir uma desgraça dessas? Se ele é onisciente e sabia que isso iria acontecer, por quê não impediu? Seria isso uma obra de satanás?

Vejamos bem: Respostas para esses tipos de perguntas são complicadas, sempre havendo o risco de explicações ad hoc e no contexto religioso podem recair sobre inúmeras condições onde se levariam em conta uma série de fatores, como por exemplo a existência de entidades demoníacas, lei do Karma, reencarnações,etc.( os dois últimos possuem abordagens filosóficas muito mais complexas do que seriam ao se levar em conta o cunho religioso, e isso seria um interessante tema para uma matéria futura a ser postada neste blog).

Como disse, o argumento pode ser uma pedra no sapato para os defensores de um Deus religioso, mas seria suficiente para descartar a possibilidade de uma força superior? Não! O que é preciso ser entendido é que apesar de tantas trágédias acontecendo no mundo, quando submetidas à uma análise mais cuidadosa, poderíamos inferir que na maioria delas a causa principal está advinha em quem ? No ser humano! O homem inventou as armas, passou praticamente todas as eras de sua existência desencadeando ou declarando guerras, construiu as bombas de hidrogênio, de urânio e de plutônio, e sem contar que ao longo de sua história, se julgou como possuidor do direito de utilizar indiscriminadamente os recursos naturais em prol do seu desenvolvimento, como se a natureza não fosse, mais cedo ou mais tarde, "cobrar o seu preço" (vide Aquecimento global).

Outro fato é que praticamente tudo na natureza parece se comportar como um ciclo, e assim deve proceder para que um equilíbrio seja estabelecido. E independente da existência ou não de algo superior, o Universo é indiferente aos nossos desejos, vontades ou crenças. Nascer, viver , reproduzir e morrer é a base do papel biológico de cada organismo vivo. Só não sabemos quando e onde isso irá nos atingir. Está na nossa natureza o instinto de sobrevivência, assim como em qualquer outro animal (os homens muitas vezes se esquecem de que apesar de sermos dotados de uma poderosa consciência e uma poderosa inteligência, ainda continuamos a ser animais).

Os leões em uma savana lutam pela sobrevivência e ao contrário do que poderia ser interpretado ao se assistir um documentário do Discovery channel ou National Geographic channel, são poucas as caçadas dos leões que são bem sucedidas (os canais costumam mostrar simplesmente aquelas que foram bem sucedidas), e para cada presa abatida para alimentar a família, inúmeras outras tentativas de caça fracassaram. Quando vemos uma zebra morta na boca de leões poderíamos e com razão, sentir piedade da zebra, mas por outro lado foi um grande momento para o leão, que precisa da carne para sobreviver e alimentar o seu bando.

Nossa sociedade não se difere tanto assim das sociedades animais. Apesar de poder estarmos estabilizados com certos padrões de comportamento, não temos a mínima idéia do que poderíamos ser capazes de fazer caso a nossa sobrevivência estivesse em jogo. E como disse, a natureza nos é indiferente, e infelizmente (ou felizmente) a morte é a única certeza que temos. Seja ela trágica ou não, ela chegará para todos nós. Se existe algo depois da morte, como por exemplo, a consciência, que, de alguma forma "sobreviva" a morte do corpo, é algo que permanecerá como uma questão não resolvida. Poderemos descobrir quando chegar a nossa hora. Ou , no caso de não existir, nem mesmo saberemos que morremos, pois qualquer capacidade de visão, análise ou julgamento foi perdida com a morte.

IX- A Ciência seria justificativa para o ateísmo?

Essa questão também costuma representar um outro problema, e que acaba por gerar uma série de "mal entendidos". A ciência simplesmente não tem absolutamente NADA a ver com ateísmo. E infelizmente tanto teístas quanto ateístas (sem generalizar) insistem em ver a ciência quase que como um sinônimo de ateísmo. A ciência nos fornece um importante conjunto de metodologias que nos permite observar, investigar, experimentar e estabelecer hipóteses ou teorias sobre COMO os eventos naturais ocorrem, visando com isso um melhor entendimento e aproximação do que seria realidade em nosso mundo. Contudo não é dever da ciência se preucupar com questões do tipo Deus.

Então, perguntariam: Por quê uma grande parte da comunidade científica (no ocidente, principalmente) não acreditam em Deus? Essa seria uma pergunta que eu não saberia responder com precisão, mas continuaria a dizer que acreditar ou não ainda é uma questão pessoal e não científica. E me arrisco mais ainda a dizer, com base em observações próprias, que um dos principais motivos poderia ser o fato de que muitos que trabalham no meio científico, se apegaram de tal modo ao ato de enxergar o mundo APENAS pelo ponto de vista científico, que não conseguem conceber qualquer outro tipo de provável realidade que esteja fora do campo da ciência, sendo que muitas coisas poderiam perfeitamente estar existindo sem sequer chegar a um dia fazer parte de abordagens científicas. E assim permanecem até que seja provado o contrário. É justamente neste contexto que eu enfatizo a importância da Filosofia como uma forma de pensar, questionar e ao mesmo tempo hipotetizar possíveis respostas, para perguntas que a ciência talvez jamais responda. E é claro que até mesmo os nossos valores pessoais também sempre devem ser questionados.

O Físico brasileiro Marcelo Glaiser (que é ateu) faz uma sensata citação no início de seu livro entitulado "A Dança do Universo":

"O debate entre ciência e religião restringe-se na maior parte das vezes à discussão de sua mútua compatibilidade: será possível que uma pessoa possa questionar o mundo cientificamente e ainda assim ser religiosa? Acredito que a resposta é um óbvio sim, contanto que seja claro para essa pessoa que ambas não devem interferir entre si de modo errado, ou seja, que existem limites tanto para a ciência como para a religião. Cientistas não devem abusar da ciência, aplicando-a a situações claramente especulativas, e, apesar disso, sentirem-se justificados em declarar que resolveram ou que podem resolver questões de natureza teológica.Teólogos não devem tentar interpretar textos sagrados cientificamente, porque estes não foram escritos com esse objetivo. Para mim, o que é realmente fascinante é que tanto a ciência como a religião expressam nossa reverência e fascínio pela Natureza."

Lembremos sempre de que FÉ é FÉ e CIÊNCIA é CIÊNCIA. São coisas totalmente diferentes, porém tanto a fé quanto a ciência podem fazer parte de uma personalidade, desde que estejam cada uma em seu devido lugar. Volto a dizer que em ciência não há nenhuma necessidade de se evocar o nome de Deus e utilizá-lo como explicação, ou parte de uma explicação para um determinado evento. Por outro lado se a ciência se preucupa mais em questões sobre COMO o Universo surgiu e se tornou aquilo que é hoje, a fé se restringe (ou ao menos deveria se restringir) ao PORQUÊ de o Universo ter surgido e ser o que é na atualidade.

É comum observarmos muitos religiosos dizendo que cientistas não passam de conspiracionistas, que querem afastar os seres humanos dos caminhos que levam a Deus. Uma idéia absurda sem dúvida, porém não menos absurda do que aquela pregada principalmente por uma nova geração de ateus dogmáticos que está surgindo (pessoas pseudo-intelectuais, preconceituosas, e que não se diferem em praticamente nada, em termos de jeito de ser, dos religiosos mais ignorantes, manchando a imagem daqueles que eu consideraria como sendo autênticos ateus), e que consiste em dizer que o conhecimento científico leva obrigatoriamente as pessoas a assumirem o ateísmo. Ou que o desenvolvimento do intelecto para uma inteligência admirável é característica daqueles que são corajosos o suficiente para abandonar as "muletas psicológicas" da religião e assumir o ateísmo.

Isso não poderia estar mais longe da verdade, na minha opinião. Temos cientistas espetacularmente brilhantes adeptos do Judaísmo, do Catolicismo, do Espiritismo, do Islamismo, do Budismo, do Ateísmo, etc... E por outro lado temos outros de mesmas crenças ou descrença em Deus, porém menos admiráveis. Se faz necessário compreender que existem CIENTISTAS e "cientistas", do mesmo modo que existem RELIGIOSOS e "religiosos".

Baseado em tudo que foi exposto acima não consigo encontrar uma posição que mais se encaixe à minha personalidade, do que uma postura agnosticista ponderada, que leva em conta todas as possibilidades, analisa, reflete, põe em prática o pensamento crítico e a Filosofia sem se apegar a um lado ou a outro. Considerando também que jamais devemos ter a presunção de nos acharmos sábios o suficiente para nos convencer de que temos reazão em relação a algo, pois o Universo sempre teve e sempre terá o poder de nos surpreender quando menos esperamos. De maneira alguma tenho algo contra a alguém assumir a posição ateísta. Tenho um enorme respeito e amigos ateus que são pessoas formidáveis (uns mais ateus do que outros, diríamos assim rsrs), Apenas "não jogo no mesmo time". Quanto à questão Deus, esta permanece como uma das grandes perguntas em aberto. Se ele existir (ou se existir qualquer entidade que possa ser dita SUPERIOR), ótimo! Isso poderia ser um indício de que pode realmente haver um sentido para a existência. Se não existir, ótimo também! O Universo não se tornará menos admirável devido a isso!

[ ]´s

7 de jul. de 2009

Ceticismo e Pseudo-ceticismo


"Só sabemos com exatidão quando sabemos pouco; à medida em que vamos adiquirindo conhecimentos instála-se a dúvida!" (Johann Wolfgang von Goethe)




Através desta postagem discorreremos sobre o Ceticismo, seus fundamentos, sobre a postura cética como meio de entender o mundo ou como auto-defesa intelectual. Também será estabelecida uma diferença entre o ceticismo (no sentido restrito da palavra) e o Pseudo-ceticismo( Também conhecido como Ceticismo Pirronista). O termo ceticismo tem ganhado cada vez mais importância na atualidade, pois vivemos em uma era onde as informações transitam livremente pelo planeta. Na internet por exemplo, ao pesquisarmos sobre um determinado tema, logo teremos milhares de páginas encontradas contendo informações sobre o mesmo. Mas como confiar ou ter certeza de que o que estou lendo na web corresponde à informações verdadeiras sobre o assunto em questão? Assim se torna essencial que as pessoas aprendam a filtrar as informações que chegam até elas, de modo que consiga distinguir um material confiável de um outro mais duvidoso.

Podemos dizer que um indivíduo cético, seria aquele que adota a dúvida como base para se alcançar o conhecimento. Mas o ceticismo não se resume apenas em um ato de duvidar. Ceticismo consiste também em: Analisar minuciosamente quaisquer tipos de alegação; exercer o pensamento crítico em nossas observações; questionar valores (isso inclui questionar até mesmo os próprios valores, assim como os valores externos) e ser honesto em relação à julgamentos e conclusões a respeito de determinados assuntos, sem deixar que nossos valores pessoais interfiram de modo negativo nas conclusões.

O ceticismo, em geral, se encontra associado também ao método científico, assim, podemos dizer que em ciências, o escrutínio cético representa um importante aliado no campo da pesquisa, desde a sua introdução até a interpretação dos resultados obtidos. Os céticos valorizam a investigação científica como meio de submeter a prova inúmeras alegações. Entre as alegações mais famosas que se tornam alvos da crítica cética incluem : Relatos , vídeos ou fotografias de OVNIS, Astrologia, Relatos de abduções por extraterrestres, Fenômenos ditos "sobrenaturais" (fantasmas, casas mal assombradas, possessões, etc...), poderes da mente (como telecinésia ou premonições), entre muitos outros.

É errado pensar que o ceticismo deva se prender APENAS a questionamentos ou críticas a esses tipos de alegações. Na verdade, o cético deve questionar tanto os elementos mais básicos quanto os mais complexos, e isso inclui também a ciência. SIM! Devemos submeter à crítica e ao questionamento até mesmo até mesmo as teorias científicas mais bem aceitas. Pois é justamente desse modo que a ciência evolui. O indivíduo como cético deve saber que a ciência não constitui um altar diante do qual os adeptos da dúvida se ajoelharm, como muitos pensam. A ciência, assim como qualquer outra atividade humana, também é passível de erros e de inconscistências.

Muitos acusam os céticos de serem pessoas de mente fechada, que atrasam o desenvolvimento do saber. Outros dizem que os céticos se recusam a aceitar qualquer coisa que possa destruir o pedestal científico de leis que estão hoje bem estabelecidas. Essas críticas na grande maioria dos casos , partem de astrólogos, Ufologistas e defensores do paranormal. Na verdade não é bem assim. Os adeptos do ceticismo tem o direito de duvidar de algo que não possa ser sustentado por evidências. Mas DÚVIDAR e não negar. E sempre devem estar receptivos a uma mudança de opinião caso surjam evidências para dar embasamento a um determinado assunto que antes era alvo de sua dúvida!

O problema é que muitos assuntos não se encaixam bem com investigações rigorosas e assim na minha opinião, não considero prudente ou sensato os céticos pretenderem que tudo tenha que abrigatoriamente ter um aprofundamento científico para ser considerado como válido. Uma pessoa cética não significa necessáriamente uma pessoa desprovida de algum tipo de crença particular e não científica. É sempre recomendável que o cético seja honesto e imparcial em suas análises; que tenha um bom conhecimento a respeito do objeto de sua crítica e esteja constantemente revendo os próprios conceitos. O ceticismo não pode de forma alguma representar um estado de inércia ou estagnação, mas sim uma constante jornada em direção ao nosso desenvolvimento intelectual, visando sempre um melhor entendimento a respeito de tudo aquilo que queremos saber. O mesmo pode ser dito em relação ao respeito a outros tipos de posturas que não o ceticismo.

A analise cética se encontra no nosso lado até mesmo nas atividades mais comuns. Por exemplo, ao fazermos uma compra em um supermercado, suponhamos que estamos acostumados com um produto da marca A, devido a sua ótima qualidade. E quando vamos à prateleira do produto, notamos que a marca está em falta e o gerente nos mostra o mesmo produto, só que rotulado como marca B, alegando que essa marca é tão boa ou melhor que o da marca A. A princípio obviamente iríamos duvidar e questionar a alegação do gerente de que o produto tem uma boa qualidade. Poderíamos nos recusar a comprar o produto por não ser da mesma marca que conhecemos e que sabemos ter uma boa qualidade, ou poderíamos submeter a nossa dúvida a um teste, comprando o produto da marca B, para experimentar. Caso aprovemos a qualidade do produto, poderíamos concluir que a tal marca também possui uma boa qualidade. Caso reprovemos o uso da marca B, concluimos que não é uma boa ideia comprar aquela marca.

Um outro bom exemplo do uso do ceticismo no dia-a-dia, seria a compra de um carro usado. O proprietário lhe propõe a oferta de um veículo modelo 99 da Ford. Ele alega que o mesmo se encontra em perfeitas condições e pede o seu preço. Você naturalmente levanta uma dúvida sobre o estado do automóvel e por sí mesmo resolve observar e fazer uma avaliação por dentro, por fora, abre o capô para averiguar a aparência do motor, da bobina de ignição, da bateria, das fiações,etc... A primeira vista lhe parece que está tudo em boas condições, mas resta ainda um pouco de dúvidas. Então você convoca um mecânico e um eletrecista de autos, para fazer uma checagem no motor, direção, caixa de marchas, injeção eletrônica e instalações elétricas do veículo. Baseado no "laudo" sobre o estado do carro você se sentiria mais seguro para comprá-lo ou para recusar a oferta.

Um ceticismo saudável sempre é um bom aliado , auxiliando nos a fazer boas escolhas, tanto materiais, quanto a respeito de filosofias de vida que podemos seguir. No entanto, existem pessoas que fazem questão de se entitularem céticas, mas que na verdade possuem diferenças gritantes em relação a aqueles que são honestamente céticos, visto que demonstram serem possuidores de uma visão distorcida e desequilibrada em relação ao verdadeiro significado do ceticismo. Esses são os chamados Pseudo-céticos ou céticos pirronistas. Podemos dizer que esta variante compreende pessoas que alimentam profundas crenças pessoais que estão sempre "no contra", e esse fervor os levam à alegações ou conclusões bastante tendenciosas e parciais em relação a um determinado assunto. Eles se manifestam principalmente no campo das críticas à questões como a existência de Deus, Almas, milagres, parapsicologia e afins. Se consideram superiores a aqueles cujas posições são criticadas, possuindo uma forte convicção de que estão certos e com razão a respeito do que criticam.

Como reconhecer um pseudo-cético?

Os Pseudo-céticos apresentam característcas que demonstram as suas diferenças em relação aos céticos. Um dos fundadores do moderno ceticismo, Marcello Truzzi estabeleceu em 1987 o que seria uma conduta pseudo-cética, destacando as seguintes característcas:

- Uma tendência à negações, e não à dúvidas.
- Rigorosidade acima dos padrões comuns em relação a avaliação do assunto criticado
- Tendência a desmerecer e desacreditar , ao invés de investigar.
- Julgamentos sem análises completas e conclusivas a respeito do tema criticado
- Uso de ataques pessoais e da ridicularização dos defensores de idéias opostas.
- Apresentação de evidências incompletas ou insuficientes
- Tentativas de desqualificação daqueles que propôem novas idéias, acusando-os na maioria das vezes de serem "pseudo-cientistas".
- Partir da premissa de que as suas críticas ou afirmações os insentam do ônus da prova, ou que também não prescisam estar sustentadas por evidências.
- Apresentação de contra argumentação não fundamentada, baseadas em especulação e não em evidências empíricas.
- Sugestão de que se as evidências presentes não os convencem, uma dada teoria deve ser descartada.
- A tendência em desqualificar qualquer evidência.

Eu ainda acrescentaria ainda mais uma característica:

- Um preconceito em relação a determinados tipos de assuntos, por eles considerados de tamanho absurdo que nem "perderiam o seu tempo" lendo algo a respeito (que poderia lhe dar a oportunidade de formular uma crítica de qualidade).


Acredito que todos nós somos céticos em relação a muitas coisas e em outras não tanto. É sempre recomendável uma certa cautela para se poder lidar com certas questões de modo a não aceitar alegações apriorísticas e do mesmo modo não descartar hipóteses caso estas não sejam contrariadas FORTEMENTE por evidências. Também vale dizer que não devemos descartar hipóteses que não possuam evidências convincentes, permanecendo no campo da especulação. Como diria Sagan : " Ausência de evidências não é evidência de ausência", lembrando que mesmo não encontrando evidências no presente, nada impede que num futuro próximo ou distante, elas poderiam ser encontradas e assim contribuindo cada vez mais para o progresso dinâmico do conhecimento humano.

Sugestões de leitura:

Skepticism:

http://plato.stanford.edu/entries/skepticism/

Sobre o Pseudo-Ceticismo:

http://www.ceticismoaberto.com/ceticismo/2162/sobre-o-pseudo-ceticismo


[ ]´s

4 de jul. de 2009

Você sabia? (Curiosidades Blogásticas I )


1- Já ouviram falar de casamento entre homem e cadela? Não? Pois é, por incrível que pareça essa cerimônia aconteceu em 2007 na Índia. O indiano P. Selvakumar e a cadela Vira-lata Selvi se uniram em alianças matrimoniais e com direito até mesmo a "vestido de noiva" tradicional.

Selvakumar resolveu se casar com a cadela pois acreditava estar amaldiçoado por ter matado cães por apedrejamento alguns anos antes. Após uma consulta esotérica ele ficou sabendo que a única maneira de se livrar de tal maldição era se casar com uma cadela. Felicidades aos "noivos"!!!! :D




2- Que existem religiões e crenças estranhas espalhadas pelo planeta, todo mundo já deve saber. No entanto, entre os cultos mais exóticos , imagine um bule de chá gigante como sendo a "entidade sagrada"!!! Na Malásia, os seguidores do tal bule gigante acreditam que o mesmo tenha o poder de curar doenças. Como se não bastasse, Ayah Pin, o líder da estranha seita, dizia ser Deus e dono de tudo o que existe. A crença foi dada como ilegal por autoridades religiosas visto que ela foge dos padrões comuns!


3- O planeta Vênus é um visinho nosso bastante peculiar: Ele apresenta fases assim como a Lua (Vênus Minguante, Vênus crescente...); as chuvas súlfúricas (devido a presença de núvens formadas por óxidos de enxofre e ácido sulfúrico) que caem por lá não chegam a tocar o solo, pois evaporam antes disso durante o evento de precipitação (Temperatura de súperfíce ~ 460ºC); Seu movimento de rotação em torno do próprio eixo ocorre em sentido horário,de modo inverso ao da Terra, assim em Vênus o Sol nascente seria visto ao oeste e o poente no leste.Outro fato curioso é que o planeta literalmente possui um dia mais longo do que o seu ano. Em outras palavras, a rotação de Vênus é extremamente lenta (243 dias para completar uma volta em torno de seu eixo) em relação ao movimento de translação em torno do Sol (Uma volta ao redor do Sol = aproximadamente 225 dias).

4- Qual seria o maior felino do mundo? O Leão? O tigre? Não! Pesando cerca de 400 Kg e podendo chegar a quase 4 metros de comprimento, o Liger fica com esse recorde. Esse gato gigante representa um híbrido resultante do cruzamento entre um leão e uma tigresa, daí o nome líger (do inglês, liger = lion + tiger). Há também o Tigon, que seria um híbrido entre Uma leoa e um tigre (tigon= tiger+ lion), porém este não chega a atingir o mesmo tamanho.



5- Você consegue fazer cócegas em si mesmo? Muito provavelmente a sua resposta seria não. Isso porque quando há a tentativa proposital,o seu cérebro consegue prever a sua ação antes que ela aconteça, excluindo as sensações provocadas pelas cócegas, diferentemente de quando alguem nos faz .


6- As pessoas sentem um cheiro desagradável quando você retira os sapatos? O que causa este odor característico nos pés? Com mais de 250 mil glândulas sudoríparas, os pés estão estre as partes do corpo que mais transpiram e essa transpiração é um fator importante, mas na verdade a principal causa são as atividades de bactérias presentes na pele que absorvem a umidade e secretam aquilo que não foi aproveitado. Boas dicas para combater esses maus odores é sempre lavar bem os pés (de preferência com sabonetes bactericidas), Usar meias limpas e evitar usar as mesmas meias várias vezes!

7- As aves que voam agrupadas em "V", assim o fazem visando economizar energia. Aquelas que estão na frente atuam reduzindo a resistência do ar para as que estão atrás. Quando a ave que está na frente se cansa, ela, de certo modo, "pede" para ser substituída por outra que esteja mais disposta.





Bom por hoje é só pessoal! Até o próximo capítulo de "Curiosidades blogásticas"!!!!!

OBS: O conteúdo desta postagem e outras futuras deste mesmo tipo é derivado de pesquisas feitas pelo autor do blog, a partir de fontes consideradas confiáveis pelo mesmo, sejam elas virtuais ou não, escrito e ilustrado conforme o seu entendimento. Portanto, caso seja encontrado conteúdo semelhante em páginas da Web, livros ou revistas não é mera coincidência.


[ ]´s


2 de jul. de 2009

2009: 200 anos de Charles Darwin!


"Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças
" (Charles Darwin)



Ele foi, sem sombra de dúvidas, uma das personalidades mais marcantes na história das ciências nos últimos tempos e o ano de 2009 representa o bicentenário deste Naturalista Inglês que revolucionou o modo pelo qual enxergamos a Biodiversidade no planeta: Charles Robert Darwin. Seu nome usualmente é pronunciado em associação à Teoria da Evolução, na qual a descendência com modificações, ao longo de grandes escalas de tempo e pela "ação" da Seleção Natural, tem originado as mais diversas espécies hoje conhecidas. A teoria representou um marco de fundamental importância para os estudos sobre a vida, contrariando fortemente a idéia da Criação Especial, na qual as espécies teriam sido criadas exatamente como são na atualidade, e de acordo com a Gênese bíblica. Contrariava também a hipótese da transmissão de caracteres adquiridos, utilizada por Jean-Baptiste de Lamarck para advogar a evolução biológica.

Charles Darwin nasceu em fevereiro do ano de 1809, perdeu a mâe ainda na infância e teve a oportunidade de receber o que de melhor havia em termos de educação. Chegou a cursar Medicina, Teologia, Geologia,porém o que realmente mudou a sua vida, foi a viagem no HMS Beagle (Representação artística na figura ao lado), onde teria oportunidade de se dedicar à sua carreira como naturalista, sem mesmo fazer idéia do potencial impacto que provocaria no meio científico. Uma viagem que tinha duração prevista para 2 anos, mas que na verdade se transformou em quase cinco anos de observações, coleta de espécimes e estudos que o auxiliariam a desenvolver a sua teoria.

Percorrendo os mais diversos locais pelo mundo, Darwin fazia análises e anotações das caracteristicas geológicas de cada região, da flora, e especialmente a fauna de cada região. Entre os lugares por onde passou destacamos a Austrália, países da América do Sul (incluindo o Brasil) e Ilhas Galápagos. Todos estes anos de estudos o levaram a concluir que as espécies mais bem adaptadas a cada tipo de ambiente tendem a serem favorecidas em termos de sobrevivência e reprodução, e que os organismos menos adaptados tendem a serem eliminados. Um processo conhecido como Seleção Natural, e que através desta, ao longo da história da vida deu origem à imensa diversidade biológica conhecida.

Mesmo após tantas descobertas, Darwin Levou aproximadamente 30 anos para publicar a sua Teoria. A publicação foi solicitada após ter ficado sabendo que um naturalista chamado Alfred Russel Wallace (hoje considerado por muitos como o co-descobridor da Teoria da Evolução)também trabalhava em algo bastante similar à Seleção Natural. Apesar de seu grande feito, seus trabalhos culminaram por atrair uma série de críticas e controversias. Darwin também foi o autor de obras como "A viagem no Beagle" , " A descendência do Homem e seleção em relação ao sexo" e o mais famoso de todos: O livro entitulado: " A origem das espécies". Casou-se com a sua prima Emma Wedgwood, com quem teve 10 filhos.

O Naturalista faleceu no ano de 1882 deixando uma importante contribuição para muitos trabalhos que ainda estariam por vir e que complementariam a idéia da Evolução por Seleção Natural. Com o advento da genética a sua teoria ganharia ainda mais força, constituindo uma parte fundamental da Biologia. Fica portanto, registrado uma homenagem do autor deste blog a Charles Darwin, uma das grandes celebridades científicas de todos os tempos.

Sugestão de leitura - Darwin's Theory of Evolution:

http://bioweb.cs.earlham.edu/9-12/evolution/HTML/theory.html


[ ]´s

1 de jul. de 2009

Criaturas Abissais (Imagens)


Talvez não sejam os tipos de criaturas que iriam gostar de ter em seus aquários
; algumas delas podem parecer assustadoras na aparência, mas o interessante é que esses seres se encontram comumente em profundidades oceânicas onde a pressão da água esmagaria qualquer humano e onde a luz solar não mais alcança. A bioluminescência é uma característica comum dessas criaturas Vejamos algumas delas:

Vampyroteuthis infernalis


Tuscaridium cygneum


Sternoptyx


Idiacanthus antrostomus


Histioteuthis heteropsis


Gaussia


Deiopea


Clione


Chaenophryne longiceps


Beroe forskalii


Bargmannia


Aglantha


Aequorea victoria


Fonte: http://www.lifesci.ucsb.edu/~biolum/organism/photo.html


Querem ver mais? Então confiram o vídeo abaixo:




[ ] ’ s
Related Posts with Thumbnails